domingo, 18 de janeiro de 2009

Máscara

A rotina faz parte de cada um de nós, não é?
Pois bem, apresento-te a Alexandra.
Ela todos os dias se levanta da cama, veste-se, lava a cara e os dentes, come. Ah, e claro! Põe a máscara.
Ela ri com os amigos, ela manda piadas. Ela salta.
Mas, a Alexandra não vive num país propriamente quente e por isso, ás vezes chove. A máscara apanha um bocado de água e começa a rasgar-se. E o que acontece?
Isola-se do Mundo sem dar conta, aquilo que hoje em dia se chama tipicamente "estar à toa". Bem, consequentemente aparece um grupinho de pessoas a perguntar se está bem, se precisa de alguma coisa. Nisto, ela apercebe-se e imediatamente responde "Estou! Claro que estou, porque e' que não haveria de estar?!" e sorri. Mas, sorri? Está bem? Não. É a máscara. Digo-te mais, ela chega mesmo a acreditar na sua própria mentira inconsciente.
À noite veste o pijama, prepara-se para deitar, tira a máscara. E depois?
Oh não, que disparate. Pensaste que debaixo da máscara estava um nariz de bruxa, rugas e afins? Não, não.. Nada disso, a cara e' a mesma. A única diferença é que chora.
Ás vezes a Alexandra na escuridão da noite, chora. Chora muito e, finalmente consegue adormecer.
..No outro dia volta a levantar-se e começa tudo de novo.

domingo, 4 de janeiro de 2009

Nostalgia

Hoje é dia da nostalgia provocada pela saudade.
A pena de não ter aproveitado tudo com o dobro da intensidade invande-me.
Já pensaste quantas pessoas entraram e sairam da tua vida? Por um motivo ou por outro, não as conseguiste agarrar.
E aquela história de ter um baú de recordações, eu gostava que não passasse duma figura de estilo. Ir ao sotão, abrir um baú e ter lá montes de recordações que me fazem feliz.
A infância. Quando nos tiravam fotografias e tinhamos o sorriso mais verdadeiro do Mundo (hoje em dia ainda nos tiram fotografias, mas.. Já experimentaste comparar os sorrisos?)
A pré-adolescência. Quando tinhamos as pessoas mais fantásticas do Mundo connosco mas não nos apercebiamos disso porque nem sequer punhamos a hipótese de as perdermos.
A adolescência. Quando.. Quando o quê? Quando vemos as pessoas de quem mais gostamos embarcarem num barco diferente do nosso? É isso? Se for isso, detesto-a. Está bem, eu sei que em tempos posso não ter dado o devido valor mas eu tinha-os como porto seguro. Percebes?
Pensava que ia sempre para a escola com eles todos os dias, ano após ano.
Pensava que iamos ser todos inseparáveis.. Estás a pensar "Coitada, tão ingénua!", não e'?
Pois, secalhar. Mas sabes.. Enquando acreditei nisso fui verdadeiramente feliz.
Sabes há quanto tempo não acordo com um sorriso? Desde que deixei de pensar para mim própria "Bom dia alegria! Daqui a uns minutos vou estar com os meus meninos todos!". E porquê? Porque há muito tempo que uns simples três quilómetros parecem trecentos e sessenta. Há tempo demasiado.

Moral da história: Dá valor às pessoas enquanto as tens contigo, tudo pode mudar da noite para o dia.